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Presidente do SIMTED de Batayporã fala sobre as mudanças que teremos no Novo Ensino Médio em 2024 

Postado em 17/11/2023 por

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*Fonte imagem : Autor do texto é o professor Edson Zopi, presidente do Simted em Batayporã – Imagem: Acácio Gomes*


A Reforma do Ensino Médio foi aprovada por Medida Provisória-746/2026 (Governo Michel Temer) e virou Lei 13.415/2027 de forma impositiva e centralizadora,   tinha como justificativa do Governo Federal estar preocupado com o número de evasões nas  escolares públicas, pouco interesse dos alunos pelas disciplinas e provado em números o baixo desempenho dos alunos do Ensino Médio,  algo teria de ser proposto para elevar o índice educacional público  no Brasil, mas infelizmente faltou investimento e estrutura para que o projeto realmente pudesse dar certo, ocorrendo ai uma divisão principalmente aos alunos de baixa renda que foram prejudicados em parte do saber ou em seu saber intelectual, não havendo condições de concorrência com os alunos das escolas privadas  devido não somente a redução da carga horária, mas também pela falta  de saberes necessários e que substituídos por empreendedorismo de baixa complexibilidade. Desta forma o projeto não combateu os reais problemas da Educação. 

A base para a elaboração da proposta foi em 2016: 1º Ensino Médio – Estrutura em parte comum e parte diversificada (BNCC,p. 468) – Preparação para o mundo do Trabalho. 2º Ampliação da Carga horária – Mínimo 3.000 horas, sendo 1.800 horas de formação Comum e 1.200 horas de formação diversificada (O aluno é que escolhe) dando maior espaço aos Itinerários (EAD ou até mesmo fora do horário que o aluno estuda) 

O Ministério da Educação em 2023  após ouvir várias críticas de especialistas, alunos, pais, professores  e Sindicatos do setor (CNTE, FETEMS e SIMTEDs), onde vários segmentos da sociedade também  foram ouvidos  em várias localidades do Brasil e também foram às ruas protestar e  para pedir a revogação parcial  do Novo Ensino Médio, há reclamações sobre o fato de disciplinas clássicas terem menos espaço na grade curricular e queixas sobre  a falta de estrutura das escolas para oferecer as disciplinas optativas, desta forma, alunos estão sendo obrigados ainda em 2023  a cursarem disciplinas  que eles não haviam escolhido originalmente. 

Desta forma anular toda a Reforma do Ensino Médio seria um retrocesso na visão do MEC. As mudanças são necessárias na visão de pais, alunos e da própria comunidade escolar onde obrigatoriamente passam de 5 disciplinas para 12 disciplinas. O novo ensino médio terá mudanças necessárias iniciando em 2024, e após a reunião que ocorreu na Câmara dos Deputados- Comissão de Educação/Brasília-DF,  e que tratou em especifico do assunto Ensino Médio, após receberem  um inventário completo da atual situação pós a Reforma do Ensino Médio, e tendo a necessidade  foram anunciadas algumas mudanças para o ano de 2024, onde 80% das aulas obrigatórias serão nas disciplinas de Português, Matemática, Inglês, Espanhol, Química, Física Biologia, Artes, Sociologia, Filosofia, Geografia, História e Educação Física. 

As disciplinas citadas irão aumentar o número de aulas, e irá diminuir os itinerários. Existia um grande questionamento no Novo Ensino Médio pois algumas dessas disciplinas/aulas que estavam sendo ministradas aos alunos do Ensino médio, o itinerário pouco elucidativo não oferecia condições aos alunos de conhecimento básico e é um fator negativo. Na realidade o texto inicial do projeto “Novo Ensino Médio” foi muito lindo realmente e previa mudanças e  para melhor, mas isso não aconteceu, e o que foi oferecido seria a apenas formação técnica profissional, a ideia inicial  era que o aluno tivesse maior ênfase a uma área de conhecimento que mais se interessasse, mas não foi bem assim, faltou  financiamento, estrutura, laboratórios  e essas novas disciplinas traziam apenas  “aulas de como fazer sabão caseiro, brigadeiro caseiro e projeto de vida na escola, cultura empreendedora, turismo, etc.” Então na prática não foi aquilo que anteriormente foi previsto, desta forma favoreceu uma educação empreendedora de baixa complexibilidade, e com apenas ideais de formação de operários, ofuscando o Ensino Público o sonho de milhares de jovens em todo o Brasil.  E infelizmente reduzindo o conhecimento para o ingresso nas Universidades aos alunos. Esses adolescentes acabam sendo direcionados para ocupações informais e de baixa remuneração, deixando a dúvida “O Novo Ensino Médio é bom para quem mesmo? ”. É visto que como estava não tinha como continuar, pois, aumentava a desigualdade educacional em todo o Brasil. 

A sociedade deve estar atenta as questões que promova o sucateamento do Ensino Médio público. Existem muitas vagas de bons empregos, mas para ocupá-las é necessária uma boa formação pública. Hoje o Governo tem a obrigação de oferecer escolaridade tendo no Ensino Médio desde 1996 e no Ensino Superior pelas Universidades Estaduais e Universidades Federais, então é necessário que nossos alunos da Unidades Públicas, tenham um ensino médio de sucesso com evidente ganho de conhecimentos específicos e de aulas obrigatórias que estimule o raciocínio, habilidades ou conhecimentos adequados, promovendo igualdade educacional. 

A realidade no Brasil choca, pois infelizmente muitos estudantes e que menos favorecidos acabam sendo vítimas pelo próprio sistema público educacional e por falta de estrutura que favoreça o conhecimento básico e avançado como laboratórios, e que é considerado como estrutura mínima. A pergunta que não se cala é sempre a mesma: “Porque os alunos do Ensino Médio das escolas públicas, pouco possuem oportunidade de ingresso nos melhores cursos das Universidades Públicas” a resposta é simples falta financiamento no Ensino Médio, para que tenhamos a qualificação dos filhos dos menos favorecidos e que descendentes do próprio Ensino Público.